16.11.07

I Edição do Seminário (LUSA/PE) sobre a UE para Jornalistas profissionais


A primeira edição do Seminário LUSA/PE de Formação de Jornalistas sobre a União Europeia realizou-se em Lisboa, entre Abril e Junho deste ano, e foi constituída por 13 conferências, distribuídas ao longo de 8 a 10 semanas (duas a três por semana).

Cada sessão do Seminário, com a duração de duas horas, teve um orador e um interpelante principal (um jornalista sénior). Em cada sessão, após a intervenção inicial do convidado, houve um período de cerca de uma hora para diálogo entre os formandos, o orador e o interpelador principal.

Participaram como formandos vinte jornalistas dos principais órgãos de comunicação social (OCS) nacionais e regionais do Continente.

A acção contou, como oradores, com mais de uma dezena de especialistas portugueses que estão ou estiveram envolvidos, a diferentes níveis, no processo de integração europeia, principalmente desde a adesão de Portugal, a saber:

Ex-governantes portugueses, como António Vitorino (antigo ministro de Estado e da Defesa, ex-eurodeputado e ex-comissário europeu), o embaixador Francisco Seixas da Costa (ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus e uma das figuras centrais da última Presidência Portuguesa da UE, em 2000), Armando Sevinate Pinto (ex-ministro da Agricultura e Pescas, antigo Director na Comissão Europeia e actual conselheiro do Presidente da República), Isabel Mota (ex-secretária de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, principal negociadora de anteriores QCA financiados por fundos comunitários, e actual administradora da Fundação Gulbenkian), Luís Frazão Gomes (ex-secretário de Estado Adjunto da Agricultura e Pescas e o mais experiente negociador-chefe português para as questões agrícolas na Reper portuguesa em Bruxelas), José Pena Amaral (ex-jornalista, primeiro correspondente português permanente em Bruxelas, e actual administrador do BPI), João Vale de Almeida (o mais antigo alto-funcionário europeu de nacionalidade portuguesa, ex-Director na Comissão Europeia e actual chefe de gabinete do presidente do executivo comunitário, Durão Barroso), os eurodeputados Carlos Coelho e Ana Gomes, o especialista em questões de Energia Pedro Sampaio Nunes (antigo director na Comissão Europeia e ex-chefe de gabinete-adjunto do primeiro comissário europeu de nacionalidade portuguesa, Cardoso e Cunha), o director do Gabinete do PE em Portugal, Paulo Sande, e Nuno Jonet (ex-jornalista e antigo porta-voz da Reper portuguesa em Bruxelas).

A acção contou ainda com um painel liderado pelo jornalista do diário francês ‘Liberation’ Jean Quatremer, um dos mais experientes correspondentes europeus em Bruxelas.

O Seminário teve a participação, como interpeladores principais, em cada sessão, de vários jornalistas experientes e/ou especializados em questões europeias, como Francisco Sarsfield Cabral (Director de Informação da Rádio Renascença), Jorge Wemans (Director da RTP 2), Nicolau Santos (Director-Adjunto do Expresso), Marina Pimentel (Rádio Renascença), Teresa de Sousa (Público), Rui Moreira (LUSA) e Manuel Meneses (RTP).


II Edição – Ponta Delgada – AÇORES

17 NOVEMBRO 2007/SÁBADO

Hotel Royal Garden

Programa

09h20

ABERTURA

Paulo Sande

Director do Gabinete em Portugal do Parlamento Europeu (PE).

09h30/11h00

Vasco Cordeiro

Secretário Regional da Presidência do Governo Regional dos Açores.

Coffee-break

11h30/13h00

Deputados europeus Duarte Freitas (PSD) e Paulo Casaca (PS) Debate: o novo Tratado europeu e as regiões ultraperiféricas, bem como a projectada Política Marítima europeia, cujas grandes linhas poderão ser aprovadas pelos 27 ainda durante a actual presidência portuguesa da UE.

13h00/14h30 – ALMOÇO NO HOTEL

15h00/16h30

Carlos da Costa Neves

Antigo eurodeputado, ex-ministro da Agricultura e Pescas e ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus.

17h00/18h30

José Luís Pacheco

Administrador no Parlamento Europeu e membro da equipa da euro-assembleia que participou nas negociações do Tratado europeu de Lisboa.

20h30 – JANTAR DE ENCERRAMENTO COM ORADORES E PARTICIPANTES NO SEMINÁRIO.

12.11.07

... possível definição de um tipo de amor...

... é como um comboio: vem e vai.
Mas faz tanto, tanto barulho ao passar...

9.11.07

O poder do cinema

Na aula de Cinema e Literatura visionámos o filme "A Rosa Púrpura do Cairo", um filme de Woody Allen, espectacular e extremamente bem conseguido. Aqui vai o comentário que fiz para entregar ao professor...


"O cinema foi conhecendo várias formas de poder desde o seu aparecimento. No início o choque foi inevitável, não só pelo factor novidade como também pela “espectacularidade”: era um mundo novo, embora sem som, que levava o público mais além; era a entrada num mundo de sonho e fantasia.
Mais tarde, com as melhorias a nível da técnica e com a ajuda de novos suportes tecnológicos (que ajudavam nesta transformação do mundo real em ficção), os filmes já sonorizados embalavam o público numa viagem ainda mais fascinante: aquelas pessoas/personagens que estavam no grande ecrã tinham vida e falavam, cantavam e apaixonavam-se.
Paralelamente aos novos sistemas de suporte e transmissão de filmes iam surgindo novas “modas” e tendências cinematográficas. Do riso passou-se ao romance, e do romance aos pequenos documentários e às aventuras e policiais. O poder do cinema dá-se em dois planos: no plano tecnológico e no plano da narração. Em pouco tempo o mundo viu-se a braços com imensas novidades; o cinema foi, provavelmente, uma das que maior impacto causou.
Mas o poder do cinema ainda se desenvolveu noutro plano: no plano do social. Ir ao cinema era sinónimo de integração, projecção e crédito social; chegou a ser um acto quase sagrado e de “finura” para as gentes citadinas. Mais tarde, e porque os meios de transporte assim o permitiram, organizavam-se sessões ao ar livre nas zonas menos cosmopolitas. Nos Açores, por exemplo, as gentes das freguesias rumavam todas ao terreiro para assistir à “matinée”; os novos filmes eram passados de forma gratuita (embora com um atraso bastante acentuado relativamente à data de estreia). Era uma forma de estar em contacto com o resto do mundo, com a novidade; também ajudava nas relações sociais e, sobretudo, cativava o sonho. Provocava o riso ou o choro “global”.
Voltando ao poder do cinema, este desenvolve-se em três planos: tecnológico, narrativo e social. Ainda podemos acrescentar mais um. O plano emocional!
Woody Allen conseguiu captar precisamente esse plano em “A rosa púrpura do Cairo” – em 1985 eram visíveis as marcas deixadas pelas “películas” (com tão pouco tempo de vida!). A partir deste filme é possível observar a difícil tarefa que era cortar a relação entre o real e o fictício. Quando se sentava na sala para assistir ao filme, Cecília deixava de ser uma mulher real para embarcar numa viagem ao mundo da ficção. Só ao olhar para o grande ecrã, ela podia sorrir, chorar, sofrer e pôde, inclusive, amar.
Um dos momentos do filme é, sem dúvida, quando o personagem sai do ecrã. É de facto isso que se imaginava quando se ia ao cinema: não se conheciam os actores que representavam esses personagens, nem de como era o making off de um filme; portanto, aquelas pessoas podiam mesmo sair do ecrã! Era como que se a tela tivesse um limite; como se tudo se resumisse àquele pequeno espaço. Nada acontecia fora dali. E aquelas pessoas e aquelas vidas e aqueles lugares existiam de facto.
O cinema veio alimentar o lado fascinante do Homem. Antes, os contos de fadas faziam todas as donzelas esperar pelo seu príncipe que ia aparecer montado num cavalo branco. Com o cinema, quantas mulheres não sonharam vestir aquelas roupas tão pomposas e dançar majestosamente ao som de uma balada de encantar? Ou quantos homens não se imaginaram a dançar com uma musa chamada Marilyn Monroe?
Entre a imagem e o som, entre a comédia e a fantasia, entre o social e o individual, o cinema foi-nos provocando de diversas formas. Primeiro o espanto, e até mesmo o medo. Depois o sonho, o romance… o suspense. O cinema foi também veículo de “modas” e estilos: certas falas, canções, danças, modos de vida, decoração, roupas e cortes de cabelo, e outras formas de estar e ser.
Hoje o cinema já não espanta – à maior parte das pessoas, àquelas que fazem questão em perceber todos os porques e porquês. Continua a ser um avião para a terra da fantasia mas já não nos seduz de forma tão genuína como seduzia Cecília – acredita-se que ainda haverá uma ou outra Cecília por aqui e por ali. Mesmo assim, ainda nos faz sonhar e ainda origina “modas” e estilos (quase melhor que ninguém). "

Recepção aos alunos do primeiro ano de Comunicação Social e Cultura

(discurso)
Dou-vos desde já as boas vindas, em meu nome e em nome da minha turma.
Nesta cerimónia de recepção foi-me pedido para representar a minha turma durante este curto tempo. Penso que o objectivo será, para além de estabelecer um contacto com vocês, falar um pouco acerca do nosso percurso enquanto estudantes de Comunicação Social e Cultura… falar dos projectos e das experiências.

Nós (4º ano) temos o privilégio de termos sido os primeiros alunos do primeiro curso de Comunicação Social criado nos Açores. Privilegiados por isso, mas não “mais beneficiados”. Fomos os primeiros e também foi a partir de nós que se remediaram algumas “falhas” (poucas) – porque é sempre assim com experiências novas: vamos experimentando até conseguir o resultado pretendido.
E esperamos, sinceramente, que as coisas corram da melhor forma para vocês, e para todos os colegas que ainda ficam.

Agora, falando um pouco acerca do nosso percurso, ou melhor dizendo, dos nossos projectos…
No primeiro ano quisemos fazer um jornal, interno, da universidade, não diário… provavelmente mensal. Mas, por falta de trabalho nosso ou por falta de outros incentivos, nunca chegámos a fazer o jornal.
No segundo ano, a ideia voltou a ficar arrumada na prateleira.
No terceiro ano… surgiu a ideia de criar um núcleo de Comunicação Social e Cultura, por parte dos nossos colegas do segundo ano. Houve alguns “atritos” (digamos assim) entre as turmas… e a minha turma abandonou o projecto (que não sei como está agora).
Entretanto, com o “boom” de blogs, facilidades e ferramentas ao dispor, a minha turma criou o blog de CSC (comunicacaosocialecultura.blogspot.com).
Este blog funciona como intermediário. Intermediário entre alunos, entre alunos e informação, entre alunos e matéria a ser dada, entre alunos e as suas perspectivas e objectivos…
É também, e sobretudo, a nossa “oficina” virtual.
Aqui colocamos notícias e outros textos jornalísticos feitos por nós ou tirados de outros espaços virtuais.
Colocamos destaques para programas de televisão relacionados com a nossa área, ou que sejam minimamente interessantes. Destaques de livros – novos ou não.
Temos uma agenda… que se desenvolve a nível institucional, cultural / local, para alem de um espaço dedicado a informações úteis – como por exemplo, datas de reuniões, datas de inscrições, etc.
Temos um espaço dedicado a links para outros blogs ou páginas que consideramos interessantes, e os quais consultamos com alguma frequência.
Normalmente colocamos no nosso blog artigos que achamos interessantes, quer sejam notícias, reportagens, crónicas ou artigos de opinião; artigos esses que permitam alguma reflexão e discussão da nossa parte (em grupo, nas aulas, etc).
Este blog é da nossa autoria. Somos nós que o actualizamos. No entanto, convidamos os nossos colegas (novos e antigos) a consultá-lo – mesmo que não seja diariamente. Podem sugerir material para ser colocado, podem comentar, “acender discussões”.
É uma forma de estarmos ligados (embora de forma virtual) dentro da nossa área que é a Comunicação Social e a Cultura.

Para finalizar, e indo ao encontro do que estava a dizer, relativamente à discussão de ideias, ao debate… um pequeno conselho.
Devorem a matéria que vos é dada! Mas não se acomodem… instruam-se, pesquisem, façam formações, cursos; façam o vosso percurso, a vossa autoformação paralelamente àquilo que vos é ensinado.

E lembrem-se que, Comunicação Social não é só jornalismo. E jornalismo não é só aparecer na televisão e conhecer gente famosa. Não é só assinar um contrato e trabalhar até às seis – já basta de comodismo na CS dos Açores!
Ser jornalista é ter um dever social – o dever de informar (ou de entreter) de forma correcta, concisa e verdadeira (sobretudo!).

Por isso, absorvam tudo durante estes três anos de curso. Instruam-se conforme as vossas vontades. Façam projectos, concretizem projectos. Aproveitem os estágios de verão, que nos ajudam muito! E…
Visitem o nosso blog :)